22 Aug
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A saída da casa dos pais é considerada um marco na transição da infância para a vida adulta. As razões por detrás deste passo variam, desde estudar, trabalhar, viver com o namorado, casar ou ter filhos, etc.. No entanto, o caminho para a independência pode não ser simples e ocorrer em diferentes idades. Portugal é o país da União Europeia (UE) em que os jovens saem mais tarde de casa dos pais: a média situa-se nos 33,6 anos, segundo dados divulgados pelo Eurostat.

Em 2021, a idade média em que os jovens deixaram a casa dos pais na UE era de 26,5 anos. Esta média varia muito entre os Estados-Membros da UE. Esta disparidade, diz a autoridade estatística da UE, “pode refletir a diversidade de desafios que os jovens enfrentam em toda a Europa, bem como as diferenças culturais entre os países”.

  • Portugal, Croácia, Eslováquia, Grécia e Bulgária registaram as idades médias mais elevadas de abandono do agregado familiar, com 30 anos ou mais. Os jovens na Sérvia também deixaram a casa dos pais, em média, com idade superior a 30 anos.
  • Em contraste, Estónia, Dinamarca, Finlândia e Suéciaregistaram as idades médias mais jovens, 23 anos ou menos.
  • A Suécia é mesmo o país onde os jovens adquirem a sua independência mais cedo, deixando a casa de família, em média, aos 19 anos.

Mulheres deixam casa dos pais mais cedo que os homens

Em todos os países da UE, as mulheres deixaram a casa dos pais mais cedo do que os homens. As raparigas deixaram, em média, o seu agregado familiar parental aos 25,5 anos de idade, enquanto os rapazes o fizeram aos 27,4 anos de idade.

Em 11 países da UE (Croácia, Portugal, Eslováquia, Bulgária, Grécia, Eslovénia, Itália, Malta, Espanha, Roménia e Polónia), os homens deixaram a casa dos pais, em média, após os 30 anos. Já as mulheres saíram da casa dos pais após esta idade em apenas dois países: Portugal e Croácia.

Em 2021, a disparidade de género na idade média de saída da casa parental era de 1,9 anos a nível da UE. Entre os países da UE, a diferença de género foi maior na Roménia (4,7 anos), Bulgária (3,5 anos) e Croácia (3,1 anos). Na Sérvia, a diferença foi ainda maior, com 5 anos. Por outro lado, Irlanda, Dinamarca e Suécia aparesentaram uma média inferior a um ano.“Além disso, existe uma forte correlação positiva entre a idade média dos jovens que abandonam a casa dos país e a dimensão da diferença de género: nos países onde a idade média dos jovens que abandonam a família parental é mais elevada, a diferença de género é maior”, refere o Eurostat.

Evolução ao longo dos anos

Relativamente à tendência a longo prazo na UE da idade média em que os jovens se deslocam do agregado familiar parental, o Eurostat concluiu que, nos homens, a idade de saída foi de 28 anos em 2006, o ponto mais alto da série histórica. A partir de 2006, essa idade começou a diminuir para atingir o seu ponto mais baixo em 2019, de 27,1 anos. Consequentemente, caiu quase um ano entre 2006 e 2019. Mas em 2020, a idade dos homens que deixaram a casa dos pais aumentou 0,3 anos, o maior aumento desde 2006. Esta importante mudança entre 2019 e 2020 provavelmente foi desencadeada pela pandemia da Covid-19, que pode ter levado os jovens a reconsiderar a mudança e permanecer mais tempo na casa dos pais.

A tendência de longo prazo da idade em que as mulheres estão a deixar o lar parental não revela tanta flutuação quanto para os homens: caiu apenas 0,3 anos, de 25,5 anos em 2006 para 25,2 anos em 2019. Os países em que os jovens deixam a casa dos pais em idade mais avançada têm maior probabilidade de ter uma taxa de participação na força de trabalho mais baixa para os jovens (15-29 anos). Por exemplo, a maioria dos países onde os jovens deixam a casa dos pais com mais de 29 anos têm uma taxa de participação na força de trabalho mais baixa para pessoas de 15 a 29 anos, em torno ou abaixo de 50%.


in idealista em 22/8/2022

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